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Viver em Viena

by - setembro 19, 2018


Viena. Soa bem em todas as línguas, até dita pelos próprios dos austríacos que a dizem com sotaque inglês. Foi para lá que voei o ano passado, para viver a maior aventura de toda a minha vida: estudar num país estrangeiro.

Para quem me conhece bem sabe que eu já tinha esta obsessão pela Áustria há uns anos e quando tive a oportunidade de lá estudar, não hesitei. Foi em Fevereiro que voei para a capital e estava a nevar (que, segundo os locais, já não acontecia há uns meses).


Senti-me realizada quando lá cheguei porque finalmente estava a viver aquilo com que sonhava há algum tempo! Não me estranhou o frio, porque ia bem preparada, só não estava preparada e, para quem foi viajar para um destino do género, sem dúvida que recomendo terem cuidado com o calçado. Não tinha tanta noção do quão escorregadia a neve pode ser e, ignorante ou não da minha parte, recomendo a ter cuidado com essa parte.

Cheguei a Viena a 1 de Fevereiro, uma semana antes do começo das aulas, para poder explorar melhor a cidade. Ao início, tudo me pareceu um pouco confuso e especialmente os transportes públicos, tudo em Alemão. Apesar de ter estudado a língua na faculdade, o nível com que fui para Viena não era ainda perfeito para entender tudo e nesse aspeto, foi uma longa caminhada.

No entanto, passado um mês já estava familiarizada com nomes de transportes, ruas e monumentos.


Como fui no chamado Spring Semester, apanhei frio e neve durante algum tempo. A minha sorte foi o aquecimento dentro dos edifícios e na própria casa.

Após começar as aulas, como não tinha um horário muito carregado, foi possível visitar outros pedaços da cidade que, apesar de não ter muitos habitantes, chega a ser uma cidade relativamente grande. Creio que estive lá seis meses e ainda houve coisas que me faltaram visitar.

O período de adaptação também ficou facilitado com a Welcome Week da universidade onde fiquei. Foram todos muito simpáticos à nossa chegada e tentaram ao máximo preparar-nos para os próximos meses. Tive algumas cadeiras em que partilhávamos histórias de onde éramos e comparávamos diferenças culturais que existiam.


Ao contrário do que dizem destes países e das pessoas serem frias, é um pouco estereótipo. Sinto que a palavra certa não é fria, mas sim pragmático. Em Portugal temos um bocado o hábito de ser “politicamente corretos”. No entanto, para estas pessoas, ser sincero é o melhor remédio. 

Como podem adivinhar, a primeira coisa que me respondiam quando dizia que era de Portugal era o famoso: “Ah, o país do Cristiano Ronaldo”. Nada contra, até porque se somos conhecidos no estrangeiro a causa do melhor jogador de futebol do mundo, acho que não é nada mau. 


É bastante difícil resumir seis meses cheios de acontecimentos num só post, mas apesar dos lugares maravilhosos que esta experiência me apresentou, também gostei da experiência de estudar. Como ainda não tinha fluência na língua alemã para ter aulas nesse idioma, tinha-as em inglês e como me sinto muito à vontade nesse departamento, acho que ajudou imenso a desinibir e ser mais participativa. Porém, se não o são e ainda consideram ir para fora estudar, aconselho vividamente porque é uma ótima oportunidade para melhorar ou até aprender de raíz. 


Um dos maiores desafios que também assusta quando se pensa em morar noutro país, é o facto de morarmos sozinhos. No meu caso, nunca tinha tido grande experiência nem autonomia a cozinhar ou tratar de tarefas em casa, por isso foi um bom desafio e sem dúvida aprendi algumas coisas. 

Entre as partes mais difíceis de ter escolhido Viena para estudar, destacam-se dois pontos: o custo de vida e a diversidade de alimentos. Para o nível de vida dos austríacos, o custo até está equilibrado, mas se formos estrangeiros e especialmente de um país como Portugal, é com certeza um choque. Os preços são bastante elevados, o que requer mais atenção e cuidado no que toca a gastos. 

Quanto à diversidade, parti eu de um país com hábitos de comida mediterrânea para aterrar num supermercado austríaco em que a diversidade e tipo de alimentos que ofereciam era reduzida.

Na altura não me devo ter apercebido de como o tempo voou mas eventualmente o bom tempo chegou e notou-se uma diferença gigante nas pessoas. Viena é bonita no inverno, no entanto na primavera e no verão, a cidade ganha vida. Havia bastante mais gente na rua e o tempo é surpreendentemente quente. Como moro na costa de Portugal, o mar ameniza mais a temperatura e apesar de estar mais que habituada ao calor, em Viena como é mais seco. 

Foi também na primavera que descobri um parque com as famosas árvores de cerejeira em flor, que nunca tinha visto pessoalmente e muito menos na quantidade que vi em Viena. Mais um dos trunfos que a cidade tem para oferecer. 


Apesar de já ter conhecimento prévio da cidade, do país e das pessoas, não me deixou de surpreender. Identifico-me imenso com a cidade, apesar de todas as diferenças culturais. Graças a esta oportunidade, visitei mais de oito países diferentes. 

Nem todos os momentos são fáceis, o primeiro mês custa um pouco mais, mas conheci muitas pessoas maravilhosas. Pretendo voltar à Áustria, houve muito que ainda não visitei e é um país em que me imagino a morar um dia, quem sabe.


É realmente difícil resumir esta experiência num só texto e também se justifica o tamanho, porém fica aqui uma ideia geral e o que achei seria um bom primeiro post deste Chronicle Ness. Agradeço todo o feedback e se quiserem partilhar as vossas opiniões ou experiências.


Vemo-nos em breve! 
Ness

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2 comentários

  1. Por acaso Austria nunca foi um dos nossos planos... UK sempre foi o número 1 mas o número 2 era definitivamente o Canada :)

    Beijinhos,
    O meu reino da noite
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    Respostas
    1. Não é das escolhas mais comuns mas de certeza dos melhores países que já visitei. :) beijinho!

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